quinta-feira, 15 de março de 2012

I -A primeira parte ou aquela que surgiu mais fácil.

Estou sentada, sentada na cama, esta deve ser a segunda ou a vigésima noite que eu não durmo. Perdi as contas. Os pensamentos são os mais variados possíveis, penso na minha nova casa - Como botar tudo que você precisa em um conjugado? - penso nas ótimas oportunidades que ganhei - é o um conjugado mas é só meu e eu não terei que pagar nada! - na minha saúde - quando vou ficar livre de tudo? - mas acima de tudo penso nele. Sempre volto pra ele, são quase 4 horas da manhã e eu não consigo dormir. A música também não ajuda, Chet Baker deveria ser proibido de entrar na sua alma de madrugada.
Sinto saudades (saudades no plural, oras) mas isso não é justo, não posso sentir saudade de algo que nunca foi meu, nunca me pertenceu. E esse pertenceu entra naquela velha história de que amor não é posse, mas enfim...Acho que tudo ficou mais difícil pois não sinto falta só dele, sinto falta de tudo, de quando eu podia ser algo incompreensível e não tinha problemas, de quando a vida era só um mar de oportunidades e a única certeza que eu tinha era de que uma delas seria perfeita pra mim. 
Mas acima de tudo, sinto falta da voz dele, meu deus, como podemos ser tão idiotas, tão bestas em pensar que uma voz pode acalmar a nossa alma. Mas eu penso, sou racionalmente idiota. Sinto falta do cara que não estava lá quando eu precisei, do cara que não consegue falar o que quer pois consegue ser mais complicado do que eu, do cara que eu podia xingar e sorrir depois sem nem precisar pedir desculpas, ele lia meus olhos. Sinto falta e agora o que me resta é me perder, sem ter razão e me acalmar. Ele escolheu não estar aqui e a minha vida segue adiante.

Um comentário:

  1. pior é que é uma escolha frequente... =/
    e pensar que a gente tantas vezes também escolhe assim... não conforta muito!

    (quero os créditos pelo saudades no plural hahaha)

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